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Amebíase

Amebíase Infecção causada por um parasita unicelular chamado Entamoeba histolytica que acomete o homem podendo ficar restrita ao intestino, mas freqüentemente o órgão preferencial a ser comprometido é o fígado. Esse protozoário pode penetrar na circulação, a partir do intestino e formar abscessos no fígado, estes podem romper-se para o interior do abdômen ou mesmo do tórax comprometendo as pleuras (camada que reveste os pulmões) ou o pericárdio (camada que reveste o coração) e raramente podem formar tumorações no intestino que se denominam “amebomas”. Cerca de 1% da população mundial estão infectadas, embora qualquer um possa ter amebíase, ela é mais comum em pessoas que vivem em áreas tropicais de condições sanitárias ruins. A transmissão geralmente ocorre ao engolir água ou comida contaminada, ao colocar algo na boca que tocou em fezes de alguém infectado pelo parasita, ou manusear superfícies contaminadas e levar à boca cistos (ovos) de E. histolytica. O diagnóstico é realizado pelo exame de fezes, que detecta o parasita com certa facilidade, sendo que na forma mais invasiva são necessários exames de imagem como tomografia computadorizada, ecografia ou ressonância magnética. Quando o diagnóstico não for possível por identificação do cisto utilizam-se exames de sangue para a detecção da presença de anticorpos contra o parasita. Às vezes para confirmação diagnóstica, além do exame de imagem os médicos usam agulhas finas para puncionar os abscessos. Sinais e Sintomas: Geralmente são moderados e pode incluir diarréia, dor estomacal e cólica estomacais. A disenteria por amebíase é uma forma severa da doença associada à dor estomacal, fezes com sangue, e febre. Em ocasiões raras, E. histolytica pode invadir o fígado e formar um abscesso ou se espalhar para outras partes do corpo, como pulmões ou cérebro. SAIBA MAIS: Somente de 10% a 20% das pessoas infectadas ficam doentes. Das pessoas que ficam doentes com amebíase, os sintomas geralmente desenvolvem dentro de 2 a 4 semanas, podendo variar ainda por muitas mais tempo. A Entamoeba histolytica e outra ameba Entamoeba dispar, a qual é 10 vezes mais comum, parecem iguais sob o microscópio, porém, infecção pela E. dispar não deixa a pessoa doente e desta forma não precisa de tratamento. A contaminação fecal dos alimentos e da água é a principal causa da contaminação, as medidas de saneamento básico como tratamento da água e esgotos são decisivas na prevenção desta doença. Os alimentos mais freqüentemente contaminados são os vegetais cultivados junto ao solo. A higiene destes alimentos crus deve ser rigorosa com detergentes potentes seguido de imersão em solução de vinagre ou ácido acético por 10 a 15 minutos. A água somente após ser fervida fica totalmente livre destes protozoários. O tratamento adequado destes pacientes ajuda a eliminar fontes de propagação da doença, principalmente na zona rural onde a água tratada não é sempre disponível. Os hábitos gerais de higiene como lavar as mãos após o uso do sanitário são medidas de educação que com certeza contribuem na prevenção. A fiscalização dos prestadores de serviços na área de alimentos pela vigilância sanitária é muito importante. Pode-se adquirir de outras formas, mas são bem menos freqüentes e estão restritas praticamente a pessoas com a imunidade comprometida. As situações de doença extra-intestinal ou invasiva são as que levam aos casos mais extremos que evoluem para a morte do indivíduo infectado.

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